31 de maio de 2010

Posto de inconveniência

Contrariando a lei da física como (quase) sempre acontece. Numa realidade em que os opostos se afastam, e os que tem uma sintonia mais parecida se atraem. Destaco uma categoria que anda cada vez mais presente (não sei por que cargas d'agua) na minha rotina e que (NÃO) merece um pouco da minha consideração.
No lado de lá, daqueles que se afastam, por discordarem de idéias ou por terem uma realidade diferente e que não simpatizam com um tipo de personalidade, ou por não gostarem mesmo de uns e outros. Dentro do lado dos opostos, eu chamo atenção para os inconvenientes.
SIM
Pode parecer estranho. Lembro que esse é o meu ponto de vista. Não generalizo as coisas.
Dentro dessa categoria de Inconveniente, ainda divido em dois. Os inconvenientes de berço e os por opção.
Os de berço, nem falo muito. Pois não podemos fazer nada, se os queridos nasceram e foram criados para enxer o saco dos outros, de uma forma ou de outra. É natural.
Agora, os inconvenientes por opção, esses sim.
Ok! Ok! Quem nunca acordou, botou o pé pra fora da cama com o pensamento "hoje eu vou avacalhar com alguém", que atire a primeira pedra. Agora TODOS os dias? Ou melhor, em todas as situações? Não sou de dar exemplos, mas darei alguns bem gerais:
Aquele tio chato, que nas jantas de família constrange metade dos agregados. Ou aquele amigo bêbado que traz o violão para cantar músicas que nunca ouvimos falar, enquanto todos conversam socialmente.
Entenderam? Ou aqueles conhecidos que tu já não conversa muito, por saber que não acrescenta nada uma conversa com o cidadão. Mas que são os primeiros a falar sobre a tua pessoa, ou sobre situações relacionadas a ti, pelas tuas costas. Para os que tentam estragar tua caminhada, independente de qual seja. Para estes aí. Duas músicas que definem meu post (longo pra caraleo de novo, com um leve aroma de revolta)
Eu como sempre, dou preferencia ao verde e ao amarelo. Gosto muito do nosso cenário nacional, com poucos enlatados do outro lado da fronteira. Hoje não seria diferente.

Deixa a menina - Chico Buarque de Hollanda (versão de Mulheres de Hollanda)
"Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz!
Mas você vai mal
Mas vai mal demais!"

Martinho da Vila - Na Aba
"Na Aba do meu chapéu
Você não pode ficar
Meu chapéu tem Aba curta
Você vai cair
E vai se machucar
Como vai se machucar!..."

24 de maio de 2010

Liberdade sem restrições

O que te prende aqui? Ou melhor, o que te prende em qualquer lugar? No tempo em que eu fiquei longe desse blog, viajei bastante e nessas viagens criei alguns conceitos com relação a liberdade. Conceitos que até então eu tinha, só não percebia que eles realmente existiam. E que muitas pessoas realmente não tem.

Numa trip dessas fui parar em um camping no Rio Vermelho em Florianópolis/SC, atrás de uma carona de volta pra Porto Alegre e lá conversei com uma família de Hippies argentinos. Que viajavam o ano todo com seus filhos (um menino de 6 anos e uma menina de 10 anos) por todos os lugares. Vendendo seus artesanatos, cuidando do dia de hoje e no máximo do dia de amanhã. Nada prendia eles em lugar algum. Essa situação aconteceu na época de uma forte chuva no Rio de Janeiro e não vou me esquecer da frase que um deles comentou, enquanto falávamos desse fato: "O pessoal diz que perde tudo quando dá essas enchentes. Eles perdem o que nunca conquistaram, bens materiais não se conquistam, se usam." Sei que é meio (muito) radical esse exemplo. Mas tenta absorver a parte da liberdade. Quantas coisas mudamos em nossas vidas, pois nos vemos presos em lugares, coisas ou pessoas e às vezes nem percebemos.


E falo de família, bens materias, imóveis, aquele porto seguro sabe? Aquela segurança que achamos que está nas coisas que temos. Mas que na realidade mesmo, quem faz essa segurança, somos nós independente de onde estivermos. Eu falava muito isso, em janeiro e fevereiro, quando botava a mochila nas costas e ia pra rodoviária. "Pra onde que eu vou hoje. Hm... Praia? Serra?".

Sei que muitas pessoas não vão entender esse post. Sei também que perdi muito da minha liberdade nos últimos tempos. Esqueci que ela existia, priorizei outras coisas que não eram importantes e que me prenderam um pouco.

Com essa vibe, encerro esse post (longo pra caraleo). Com um som que venho ouvindo. E pega na veia algumas coisas.
Mart'nália - Boto Meu Povo na Rua



"Eu boto um litro de cachaça
Farofa de mel e dendê
Na rua onde você passa
Feitiço pra amarrar você"



17 de maio de 2010

Fortaleza (de areia) Mental

Essa mesmo. Sabe aquela Fortaleza? Aquela que se precisa ter, pra poder reagir sob pressão, ou até mesmo para conseguir fazer bem o que se quer. A Fortaleza que se constrói com dedicação, concentração, foco e outras palavrinhas bonitinhas. Sabe?
É realmente impressionante. Quanto mais nos dedicamos, mais achamos que estamos prontos, quanto mais fortalecemos, mais confiantes ficamos. E não falo só na vida de atleta, sempre tento abranger de uma forma geral. Não falo também de soberba, de modo algum. É natural nos sentirmos assim.

O ponto é: o fato de ser impressionante, como que um detalhe ou dois. Uma coisa ou uma pessoa, tem a capacidade de em segundos destruir tudo isso. Todo o foco, toda a dedicação. Toda a indestrutível Fortaleza Mental, se vai. Como um castelinho de areia, de frente pra onda. Some como se jamais tivesse existido, assim: puff...
Tá bom, tá bom. Não vou só ressaltar a parte ruim da coisa: também é impressionante a capacidade que algum detalhe (às vezes pequeno, às vezes não) tem de dar confiança e construir cada pedacinho da Fortaleza novamente, e em segundos te deixar pronto para qualquer situação. Ou só melhorar tudo que foi destruído.

Eu não costumo citar situações especificas, mas cada um sabe como absorver isso.
Como diria um ex-treinador meu:
"Tem que (tentar) ter uma base forte, se não o castelinho de areia desmorona."

12 de maio de 2010

Liberdade (Não)

Eu ia escrever sobre Liberdade e tal, mas aconteceram alguns fatos que me fizeram mudar de idéia (tipo. Agora).


E lá vamos nós: Para quem não sabe, a Brigada Militar formou cerca de 3552 novos soldados ao seu efetivo nos últimos tempos, alguns milhões deles em atividade na capital. Beleza até aí tudo ótimo. Gostei disso, traz um pouco de "segurança" pra toda população, os soldadinhos fardadinhos sempre andam de dois em dois. Nada demais. Bom. Estava eu, saindo do meu trabalho por volta das 18:30, já era noite. Vestia um moleton cinza com capuz, calça de abrigo adidas preta e um tênis vermelho pra dar aquela quebrada no padrão. Eu andava apressado, estava começando a chover de novo. Eis que me vem um Soldado da Brigada Militar de Porto Alegre e me pára. Com a mão no meu peito "Pra que esse capuz?". Eu juro que não percebi que era um oficial da tal da policia e respondi de pronto "Eu sinto frio nas orelhas", esta certo que não foi a resposta que o querido queria ouvir. "Quero ver tua identidade" nesse momento eu pensei -caralho, vão querer me revistar também?- Mostrei a identidade, eles fizeram menção da tal da revista. Acho que não preciso comentar que tinham algumas milhões de pessoas subindo e descendo a tal da Protásio Alves e o único pato pego pra Cristo era eu. Quando fizeram a tal da menção eu falei alguns nomes de conhecidos na Policia (tipo tios e tias e etc...) Sei que eles não faziam a minima idéia de quem eram, mas só pela forma que eu falei, eles me entregaram a identidade. Botei meu capuz e fui-me embora.

Tá bom, tá bom. Isso não me revoltou, juro que não. Mas qual seria o critério para abordagem desses queridos? Sério, estava conversando com um amigo antigo. Foi-se o tempo das grandes correrias que dariam motivo para os brigadianos me pararem. Foi-se o tempo que pagavamos de malaco pra sair na foto. E melhor. Quantas já passei. As vezes na frente deles, as vezes do lado deles, as vezes conversando com eles (sim, isso já aconteceu) . E nunca tive que passar por essas. Qual seria o critério então? Não falo apenas de opressão/caso de policia e ladrão e toda aquela ladaia de rebelde sem causa. Mas qual seria o critério? Para tentar aprisionar pessoas? Certas ou erradas? Em situações políticas ou passionais? Sempre há um motivo? Consciente ou inconsciente? Seria uma necessidade? Faz parte da nossa natureza?
Pense nisso.

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